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sexta-feira, 25 de junho de 2010

ENCHENTE DEVASTA ALAGOAS E PERNAMBUCO

E AGORA, DE QUEM É A CULPA?

DESASTRE: Ministros sobrevoam municípios arrasados pela chuva

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Existem culpados humanos, ou mais uma vez Deus é culpado? Não tomar atitudes legais, implica em desastres em que é comum se culpar a natureza.
Maceió – O estrago feito pela chuva nos municípios de Santana do Mundaú, São José da Lage, União dos Palmares, Murici, Rio Largo e Quebrangulo foi visto na terça-feira (22) pelos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, que ficou chocada com o quadro de destruição. “Estou arrasada, é um desastre muito grande. Precisamos fazer um mutirão para ajudar essas pessoas”, afirmou.

O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, que acompanhou os ministros no sobrevoo às áreas mais atingidas, informou que o temporal deixou 22 municípios em estado de calamidade pública. Ele também afirmou que mais de 600 pessoas estão desaparecidas.

Após o sobrevoo, os ministros e o governador se reuniram para definir as estratégias de ajuda humanitária para a região. Hoje (23) pela manhã, o ministro Nelson Jobim vai sobrevoar os municípios pernambucanos também atingidos pelas enchentes.

CATÁSTROFE NO NORDESTE

Catástrofe no Nordeste – Desastre nascido nos oceanos

Doloroso. Aterrador. As imagens que chegam de Pernambuco e Alagoas são terríveis. Lembram cenas de áreas tropicais arrasadas por furacões ou tsunamis, tamanho o nível de devastação. O colega de equipe Alexandre Aguiar me comentava da semelhança de algumas das imagens com o desastre provocado pela chuva em Gonaives, no Haiti, mas a ironia é que se sabe dos riscos do Haiti e do Nordeste do Brasil vige o mito de que se trata da região do Brasil com clima mais "tranqüilo" e que paradoxalmente está passando pelo que pode vir a ser a mais grave catástrofe natural da história recente do país.



As dimensões da catástrofe no Nordeste são equivalentes a de uma guerra nas áreas mais afetadas. O governo de Alagoas confirmou a morte de 29 pessoas e o desaparecimento de outras 600. De acordo com a Secretaria da Defesa Social do Estado, 177.282 pessoas foram afetadas. Em Pernambuco, o número de vítimas chega a 12. Não há informações sobre desaparecidos. O número de desabrigados chega a 50 mil e 11.400 casas foram destruídas.

Veja as imagens aéreas da tragédia
http://www.metsul.com/blog/


O que aconteceu em parte dos estados de Alagoas e Pernambuco guarda semelhança com o que ocorreu no Vale do Rio Pardo, aqui no Rio Grande do Sul, na primeira semana deste ano, e na região de Pelotas, em janeiro de 2009, logo é muito diferente das tragédias de Santa Catarina e do Rio, onde queda de encostas trouxeram vítimas e destruição. As mortes no Nordeste, na sua grande maioria, não decorreram de deslizamentos, mas de uma verdadeira massa de água, que moradores compararam a um tsunami, que "varreu" a região, levando tudo que tinha pela frente.


Veja pela posição dos coqueiros e os demais danos como a água avançou sobre as cidades com ferocidade e rapidez que não permitiram às pessoas escapar.

Somente um volume de chuva extraordinário poderia provocar tamanha enxurrada. Em algumas áreas foram mais de 400 milímetros em tão-somente 72 horas. Observe no mapa com a chuva estimada por satélite dos últimos dias que o volume extremo de chuva foi muito localizado, o que ajuda a explicar a concentração severa de danos.


Uma tragédia colossal como esta que afeta os irmãos nordestinos sempre instiga uma série de questionamentos sobre as suas causas. Inicialmente, é importante deixar claro que esta é uma época do ano que costuma chover mais no Nordeste, especialmente nas zonas próximas do mar. A região sofre a influência das chamadas "ondas de Leste", as easterly waves ou ondas tropicais de instabilidade que se propagam da costa africana pelo Atlântico até o Nordeste do Brasil. Mais ao Norte, estas mesmas ondas dão origem a alguns dos furacões que assolam o Caribe e os Estados Unidos.


Veja o mapa acima com a anomalia de temperatura dos oceanos medida no dia 22 de junho e note como as águas do Atlântico estão mais quentes que a média na costa do Nordeste e em todo o trajeto percorrido pelas ondas tropicais entre a África e a América do Sul. Note, então, no mapa abaixo como este aquecimento não é dos últimos dias e tem sido uma constante neste ano.


Há estudos publicados, como de Teresinha Xavier, que correlacionam a TSM (temperatura da superfície do mar) no Atlântico com as ondas de Leste que chegam ao Nordeste brasileiro. Xavier, em um de seus estudos, propôs que "o aumento das temperaturas no Atlântico intertropical poderá representar a intensificação de chuvas, pelo menos no litoral da região.", acrescentando que "temperaturas mais elevadas na costa da África, ao sul da linha equatorial, levariam à intensificação das ondas de Leste, podendo implicar numa tendência de chuvas intensas na Zona da Mata". Me parece que este é um caso evidente.

Algumas áreas do Atlântico tiveram no primeiro trimestre os maiores valores de TSM anotados em cem anos de observação. No Atlântico Sul, não se observava aquecimento semelhante desde 1972/1973. Os mesmos elementos de TSM descritos em comentário aqui na semana passada sobre uma possível temporada ativa de furacões neste ano no Atlântico Norte ajudam a explicar o que ocorreu no Nordeste. Por fim, não é possível correlacionar ainda, ao meu ver, o resfriamento do Pacífico com este episódio no Nordeste.

Se houve alguma influência foi mínima, mas por ter se tratado de um evento isolado e as mudanças nos regimes de chuva não se operarem de forma automática à mudança de sinal no Pacífico parece-me que a resposta está muito mais no Atlântico do que no Pacífico. Mas, como nada se opera isoladamente, é minha crença que este enorme aquecimento do Atlântico tropical neste ano é resultado do intenso aquecimento das águas tropicais próximas do Equador em conseqüência do finado evento de El Niño.


Veja no gráfico acima do TSA (Tropical South Atlantic Index) que o índice apresenta agora em 2010 seus maiores valores desde 1998, ano de transição de um Super El Niño para La Niña, coincidindo com o fato de que o recém terminado episódio 2009/2010 do Niño foi o mais intenso desde o de 1997/1998. O Norte e o Nordeste do Brasil têm um alto risco de eventos extremos de chuva no restante de 2010 e no começo de 2011. (Produção do material de Alexandre Aguiar/MetSul Meteorologia com imagens de Antônio Cruz/Agência Brasil/EBC, Adaílson Calheiros/Secom-AL e Tércio Capello/Secom-AL).

Autor: Eugenio Hackbart
Publicado em 23/06/2010 03:24
http://www.metsul.com/blog/
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SOS Alagoas - Pernambuco

Onde e como doar:
- 1º Grupamento de Bombeiros Militar (1º GBM) – Rodovia 316, Km 14, Tabuleiro dos Martins, próximo a PRF, 3315-2900 / 3315-2905;

- Grupamento de Socorros de Emergência (GSE) – Conjunto Senador Rui Palmeira, S/N, 3315-2400;

- Subgrupamento Independente Ambiental (SGIA) – Av. Dr. Antônio Gouveia, S/A, Pajuçara, próximo ao Iate Clube Pajuçara, 3315-9852;

- Quartel do Comando Geral (QCG) – Av. Siqueira Campos, S/N, Trapiche da Barra, 3315-2830;

- Defesa Civil Estadual (CEDEC) - Rua Lanevere Machado n.º 80, Trapiche da Barra, 3315-2822;

- Grupamento de Salvamento Aquático (GSA) – Av. Assis Chateaubriand, S/N, Pontal, próximo a Braskem, 3315-2845.

- 2º Grupamento de Bombeiros Militar – Maragogi, (82) 3296-2026 (82) 3296-2026 / 3296-2270;

- 6º Grupamento de Bombeiros Militar – Penedo, (82) 3551-7622, (82) 3551-7622, (82) 3551-5358, (82) 3551-5358;

- 7º Grupamento de Bombeiros Militar – Arapiraca e Palmeira dos Índios, (82) 3522-2377 (82) 3522-2377, (82) 34212695, (82) 34212695;

- 9° Grupamento de Bombeiros Militar – Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia, (82) 3621-1491, (82) 3621-1491, (82) 3621-1223, (82) 3621-1223.

E as pessoas que desejarem contribuir em espécie, poderão fazê-los por meio de depósitos nas seguintes contas correntes:
Banco do Brasil - C/C 5241-8 / Agência 3557-2
Caixa Econômica Federal – C/C 955-6 / Agência 2735 / Operação 006

Grandes cheias nas datas de 1632, 1969, 2000, 2008, e agora, 2010, de grandes cheias, sendo a de 1969 um tsunami que ficou conhecido mundialmente, no Rio Canhoto, que deságua no Rio Mundaú.

Essas informações da Arca de Noé.

È PRECISO FORÇA, CORGEM E FÉ PARA RECOMEÇAR

ENCHENTE EM ALAGOAS E PERNAMBUCO

   Quem viu as imagens de cidades alagoanas e pernambucanas destruídas pelas chuvas nos últimos dias do mês de junho, provavelmente lembrou do desastre provocado pelo tsunami que atingiu a região da Indonésia em dezembro de 2004, deixando mais de 174.000 mortes confirmadas. É claro que, diferentemente das causas do desastre no Oceano Índico, um sismo com epicentro no fundo do oceano, na Região Nordeste as causas são as cheias de rios na Zona da Mata nordestina, causadas pelo excesso de chuvas na região.
Municípios alagoanos foram devastados. Foto Antonio Cruz/ABr
Municípios alagoanos foram devastados. Foto Antonio Cruz/ABr
   Até o dia 23 de junho já haviam sido contabilizadas 44 mortes em toda a região atingida, mais de 600 pessoas estavam desaparecidas e aproximadamente 115 mil estavam desabrigadas devido às chuvas. Algumas cidades alagoanas como União dos Palmares foram levadas pelas águas. O Rio Mundaú avançou cerca de 60 km de seu leito normal, destruindo casas, prédios e toda a infraestrutura da cidade. Segundo levantamentos das defesas civis dos dois estados, pelo menos 74 cidades foram atingidas pelas enchentes. De acordo com dados do governo alagoano, mais de 11.500 casas foram destruídas no estado.
Cidades inteiras foram levadas pela água. Foto: Antonio Cruz/ABr
Cidades inteiras foram levadas pela água. Foto: Antonio Cruz/ABr
Poucas construções resistiram. Foto: Antonio Cruz/ABr
Poucas construções resistiram. Foto: Antonio Cruz/ABr
   Além do problema imediato causado pelas chuvas e, consequentemente, pelas enchentes, seus reflexos - a reconstrução de toda infraestrutura (prédios públicos, centrais elétricas, malha viária, etc.), a reestruturação de casas e do comércio, as doenças como leptospirose, diarreias, o aumento de focos de dengue, entre outros - serão sentidos por meses e até anos.
A reconstrução levará meses. Foto: Antonio Cruz/ABr
A reconstrução levará meses. Foto: Antonio Cruz/ABr
   Mas… e essas chuvas? São “normais” na região? Havia como prever tal fato? Foi apenas uma fatalidade ou existe explicação científica para o desastre? Isso voltará a acontecer? Analisando conceitos científicos, buscaremos respostas a essas questões.
   A costa brasileira sofre influência - comum em áreas litorâneas - de brisas marítimas e terrestres cujo mecanismo de inversão entre o dia e a noite (aquecimento e resfriamento) provoca chuvas diárias e de curta duração. A Região Nordeste do país sofre influência das correntes marítimas quentes - item 5.2 -  (Corrente do Brasil e Corrente Sul-Equatorial) que se deslocam para oeste a partir do continente africano trazendo ainda mais umidade para a costa brasileira.
   O litoral nordestino é uma área de ocorrência comum de ventos de sudeste úmidos que provocam grande pluviosidade entre os meses de abril e julho. Porém, todos os fatores “normais” de circulação atmosférica e correntes marinhas do Nordeste brasileiro podem ser associados às perturbações ondulatórias dos alísios (POA) - alísios são tipos de ventos permanentes influenciados pelo movimento de rotação da Terra e fazem parte da circulação geral da atmosfera -, aumentando a pluviosidade na região.
Chuva orográfica ou de relevo - Fonte: DBK Multimidia/Positivo 
Informática
Chuva orográfica ou de relevo - Fonte: DBK Multimidia/Positivo Informática
   As perturbações ondulatórias dos alísios (POAs) são originadas pela chegada de sistemas frontais vindos do sul, relacionadas às frentes frias (massa polar atlântica - mPa). Dependendo da intensidade das POAs, podem ocorrer períodos extremos de chuvas com volumes pluviométricos de semanas concentrados em apenas 24 horas, por exemplo.
   A grande destruição na Zona da Mata de Pernambuco e Alagoas foi causada pelo aquecimento anômalo das águas do Atlântico Equatorial Sul, pelos ventos alísios de sudeste e pela entrada de uma massa de ar polar de grande intensidade. Ao se deslocar para o litoral nordestino, a massa de ar polar encontra as temperaturas mais elevadas das águas do Atlântico, formando nuvens que são “empurradas” para o continente. Como essas nuvens estão mais carregadas que em situação “normal”, provocam chuvas intensas com longa duração. Assim, o grande volume de chuvas concentrado em curto período de tempo eleva rapidamente o nível dos rios da Zona da Mata nordestina, que saem de seu leito chegando às áreas de várzea onde, como em muitos lugares do Brasil, ocorreu uma ocupação desordenada com a criação de cidades.

   Vários fatores naturais associados foram responsáveis pelo aumento das chuvas e pela ocorrência das enchentes, porém a ocupação de áreas de risco (leito de inundação ou leito maior) potencializou o desastre com perda de vidas humanas.
Cenas de destruição no Nordeste do país. Foto: Antonio Cruz/ABr
Cenas de destruição no Nordeste do país. Foto: Antonio Cruz/ABr
   Dessa forma podemos afirmar que foi um “desastre anunciado”… Eventos naturais extremos como chuvas torrenciais, vendavais e enchentes, são claramente inevitáveis. Já a ocupação das áreas de várzea é secular, e ocorreu muito antes de existirem estudos de risco e impacto ambiental. As cidades tiveram seu desenvolvimento às margens dos rios, de onde eram retirados alimento e água para a sobrevivência. Enchentes naturais de grande volume são inundações que podem ocorrer em períodos de 25 ou 30 anos, porém enchentes de menor proporção são verificadas anualmente. Com isso, as ações para evitar ou minimizar os problemas deveriam ter começado há muito tempo, sendo necessário conscientização da comunidade e, principalmente, dos gestores públicos para o planejamento e adequação do uso e ocupação do solo, além da gestão da água e dos recursos naturais. Ou seja, é necessário, em caráter de urgência, priorizar o planejamento e a prevenção desse tipo de desastre, diminuindo os prejuízos e perdas de vidas, além da ação preventiva custar menos que a ação de recuperação. É preciso recuperar a mata ciliar, criar comitês de bacias hidrográficas, deslocar a população mais próxima do leito principal do rio, delimitando o perímetro de inundação, evitar novas ocupações, elaborar planos diretores para todos municípios, entre outras medidas, para que grande parte da população nordestina, principalmente a mais carente, não fique à mercê da própria sorte, dependendo de “ajuda” (como se dependessem de favores) dos governos municipais, estadual e federal.
   Ao menos, em momentos assim, conseguimos perceber a força da solidariedade do povo brasileiro que, como já aconteceu em outros desastres (deslizamentos no Rio de Janeiro, enchentes em Santa Catarina…), estão se mobilizando para ajudar a população atingida com doações de alimentos não perecíveis, água potável, roupas, colchões e tudo mais que pode minimizar o sofrimento na região.
    Cada um precisa fazer a sua parte. Amanhã é outro dia, e o que está acontecendo hoje em Alagoas e Pernambuco poderá acontecer em qualquer lugar. Ninguém está isento de uma tragédia.

BEM CASADOS

MARIANA CONTA...

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